PRÉ-SEMINÁRIO DE LISBOA

PEREGRINAÇÃO DOS UNIVERSITÁRIOS


 

diogoMaria_preSeminarioLisboaTudo começou na sexta-feira entre abraços e cumprimentos: “Como te chamas?”, “De onde vens?”, “És novo no Pré?”, as típicas conversas num grupo onde muitos não se conheciam, grupo esse que rapidamente passou de desconhecidos, para um grupo de amigos, onde mesmo muito diferentes, tinham todos o mesmo objetivo, procurar o caminho que o Senhor tinha para cada um, caminhando entre o Seminário de Penafirme e o Santuário do Bom Jesus do Carvalhal.

No sábado de manhã, depois das Laudes, o grupo de amigos de mochila às costas, sorriso na cara, telefones desligados, perguntas na cabeça e guitarra debaixo do braço, lá partiu… vinte e poucos quilómetros esperavam-nos nesse dia, íamos parando, para almoçar o que o senhor nos providenciava, que neste caso eram umas sandes com fiambre e queijo, parávamos para descansar, e principalmente parávamos para a Missa e para ouvir a palavra do dia.

Durante todo o dia a boa disposição estava presente, cantávamos, andávamos, ríamos, rezávamos, e tínhamos momentos de silêncio e de partilha, onde íamos percebendo as dúvidas e as maneiras diferentes que cada um tem sobre todas as coisas. Tudo isso era imprescindível para responder às perguntas que ainda não tínhamos obtido respostas.

Na primeira noite de peregrinação, enquanto na sala onde íamos dormir, ensaiava o rancho da terra com mais ou menos trinta pessoas, nós na capela, ouvíamos vários testemunhos, alguns de seminaristas e outros de pré-seminaristas, onde cada um se revia no que ouvia.

No dia seguinte partimos novamente, para a última etapa, tínhamos uma manhã para chegar ao Santuário do Bom Jesus do Carvalhal, e caminhando pelas estradas nacionais, subindo, descendo, andando por caminhos de terra batida que já há algum tempo que não eram pisados por ninguém, passando por vales e montes, avistámos o Santuário… em cada um de nós, o cansaço que existia, os pés doridos e as dores de carregar as mochilas às costas, parecia que tudo desaparecera, no coração de cada um de nós, uma força entrou, uma alegria diferente de todas as outras, e o grupo de amigos chegou ao seu destino muito diferente de como tinha partido, tínhamos feito amigos, tínhamo-nos encontrado connosco mesmos, mas principalmente tínhamos ido à procura do caminho que o Senhor tinha para cada um de nós.

Já em casa pensava nas formas tão diferentes com que o Senhor vem até nós e nas tão diferentes maneiras que o encontramos, seja em casa, na Igreja ou neste caso a peregrinar.

Pensava na graça que foi viver estes dias na providência do Senhor, ao caminharmos, por cada rua que passávamos, o Senhor ia-nos demonstrando que mesmo vivendo no mundo não era ao mundo que nós pertencíamos, mas sim pertencíamos ao Senhor, sem os objetos do mundo, sem as “mundanices”, Ele levou-nos ao nosso destino, e às nossas respostas, onde vivenciámos que não precisamos de nada para seguir Jesus, pois Ele nunca nos tira nada, apenas dá o que precisamos.

Durante toda a Peregrinação refletia, rezava e pensava no que o Senhor me queria dizer, pensava se este era o caminho que Ele queria para mim, e hoje após a peregrinação com a ajuda dos novos amigos, dos seminaristas, dos padres, da experiência incrível que vivenciei nestes dias e respostas a algumas perguntas, cada vez mais tenho a certeza que este é o caminho certo.

Diogo Maria

Share This