LINHAS ORIENTADORAS

A formação do Seminário

O Seminário é um caminho de formação para rapazes que se sentem chamados a entregar a sua vida a Deus através do sacerdócio.

Este caminho de formação, ainda que tenha uma especificidade própria desta diocese, segue as indicações próprias da Santa Sé, com a sua aplicação a nível nacional.

Abaixo, podes descobrir mais sobre as linhas orientadoras de formação que o Seminário dos Olivais propõe.

Pilares da formação

Tendo o desejo de formar padres santos e sábios, o Seminário procura oferecer àqueles que nele crescem uma formação verdadeiramente integral que os forme como homens, como cristãos e como pastores. Assim, seguindo as indicações da Ratio Fundamentalis, são propostas quatro linhas transversais de formação na vida da casa.

Os quatro pilares

Formação humana

«A dimensão humana representa a “base necessária e dinâmica” de toda a vida presbiteral».

        • Primazia da vida em comunidade;
        • Construção da personalidade;
        • Auto-conhecimento;
        • Maturidade afectivo-sexual;
        • Formação desportiva;
        • Formação cultural.

Formação intelectual

«A dimensão intelectual oferece os instrumentos racionais necessários não só para a compreensão dos valores próprios do ser pastor, mas também para procurar incarná-los na vida e para transmitir o conteúdo da fé de modo adequado».

        • Formação na Universidade Católica Portuguesa (Mestrado em Teologia – línguas clássicas, filosofia e teologia)
        • Formação no Seminário durante o Ano Pastoral;
        • Conferências formativas pluridisciplinares com convidados externos.

Formação espiritual

«A dimensão espiritual contribui para definir a essência própria do ministério sacerdotal».

        • Centralidade da Liturgia;
        • Enraizamento na Palavra;
        • Dimensão mariana;
        • Cuidado do silêncio;
        • Acompanhamento;
        • Partilha.

Formação pastoral

«A dimensão pastoral constitui a condição prática para o serviço eclesial».

        • Visitas a paróquias e diferentes realidades eclesiais;
        • Estágios pastorais bianuais em diferentes paróquias ou outras realidades eclesiais (ex: Pré-Seminário).

Etapas da formação

Acompanhamento anterior ao Seminário

O período embrionário de qualquer vocação sacerdotal pode acontecer de forma plural e diversa e encontrar múltiplas instâncias de acompanhamento pessoal e comunitário. Ainda que em alguns casos possa ser o próprio Seminário a realizar esse acompanhamento inicial, é muito salutar que se multipliquem as formas deste primeiro acompanhamento: o pároco e a paróquia, a capelania escolar ou universitária, os movimentos e associações eclesiais, alguns centros referenciais de dinamização vocacional, como, por exemplo, o Pré-Seminário de Lisboa.

Quando, a dada altura, se começa a configurar o horizonte de uma entrada no Seminário, é fundamental que se encontrem formas de proximidade ente o possível candidato e o seu contexto (família e itinerário de acompanhamento) e a comunidade de formação onde poderá vir a ingressar. Tal é necessário para uma progressiva adesão interior à etapa vindoura, ajudando a superar receios e ilusões face ao desconhecido e, sobretudo, a iniciar aos processos de confiança para com as pessoas, ambiente e proposta formativa que se perspetiva poder vir a abraçar sem reserva. A participação prévia em algum(ns) momento(s) ou atividade(s) na comunidade de Seminário (nomeadamente a semana de verão), a combinar com a respetiva equipa formadora, apresenta-se como normalmente indispensável.

Esta orientação para os possíveis candidatos do Patriarcado de Lisboa aplica-se na admissão aos Seminários Menor e Maior. Neste último caso, ela aplica-se na admissão à Etapa Propedêutica, a todos, inclusive para quem vem do Seminário Menor.

Etapa propedêutica

O tempo propedêutico, vivido no Seminário de Caparide, tem como objectivo propor aos novos seminaristas um período de maturação quer da sua vivência cristã quer da sua experiência humana. Neste sentido, é dado a viver um caminho de progressiva iniciação aos mistérios da fé através da introdução à vida de oração, à vida comunitária e a um cada vez mais profundo conhecimento pessoal à luz de uma maior intimidade com Jesus. Este tempo propedêutico, sendo marcado por um ambiente de recolhimento (e por isso vivido numa casa própria), procura levar os rapazes que nele habitam a uma consolidação dos seus passos vocacionais.

Tendo em conta a possível vocação sacerdotal que se apresenta, são propostas aos seminaristas ocasiões de formação espiritual, catequética, doutrinal, cultural, desportiva, de ordem prática e de um maior contacto com a diversidade das realidades eclesiais.

Este é também um tempo propício para aferir um conjunto de condições indispensáveis a um futuro discernimento da formação sacerdotal (qualidades humanas, morais, espirituais e intelectuais; saúde física e psíquica; recta intenção).

Etapa discipular

Como o nome indica, os anos iniciais do Seminário Maior procuram radicar decisivamente nos seminaristas a condição de ser discípulo de Jesus, conduzindo a uma segura decisão por uma vida enraizada n’Ele. A espiritualidade destes dois anos é marcada por um aprofundamento da consciência de ser filho de Deus e, em Deus, irmão de todos. É também timbre desta etapa um certo ambiente de recolhimento que visa promover uma cada vez maior liberdade de coração diante das solicitações do mundo.

Na senda do amadurecimento pessoal iniciado no tempo propedêutico, esta etapa é propícia ao desenvolvimento das virtudes humanas e espirituais e a uma maior consciência dos seus talentos e qualidades, mas também dos seus próprios limites e defeitos, procurando o seu progressivo conhecimento, aceitação e, em determinados casos, superação.

A passagem para o Seminário dos Olivais implica também a entrada numa comunidade de maior número, constituindo-se como um desafio a uma equilibrada vivência comunitária.

A formação universitária na Faculdade de Teologia inicia-se nestes anos, nomeadamente com o estudo das filosofias e das línguas clássicas, introdutórios ao futuro estudo da teologia.

É ainda característico destes dois anos o conhecimento da Igreja, das realidades eclesiais de onde são provenientes, e de outras Dioceses, em especial da Igreja de Lisboa onde fazem a formação.

Assim sendo, a etapa discipular procura «consolidar a identidade cristã dos seminaristas, em ordem à decisão definitiva de seguir o Senhor para o sacerdócio, sempre que reconhecida pela autoridade competente, a quem cabe declarar a autenticidade de vocação e a idoneidade do candidato» (Ratio Fundamentalis, 65).

Etapa configuradora

Experimentar uma verdadeira configuração a Cristo como sacerdote e pastor é um caminho longo e exigente, que conhece nesta etapa final de Seminário uma maior intensidade. O seminarista é chamado a ir vivendo progressivamente diversas dimensões do mistério de Cristo. Assim, vai sendo desenvolvida uma experiência gradual de uma espiritualidade sacerdotal, nomeadamente através de uma entrega total à Igreja; do anúncio profético da Palavra de Deus, encarnada na própria vida; do serviço gratuito como modo de entender o cumprimento da sua vocação; e, por fim, da profunda identificação – “até à raiz” de si mesmo – com Jesus Cristo. Como expressão concreta desta maior participação no mistério de Cristo, os seminaristas vão gradualmente recebendo, no tempo próprio e a seu pedido, os ministérios laicais (leitorado e acolitado) e ordenados (diaconado e presbiterado), os quais pressupõem uma confirmação vocacional quer da parte da equipa formadora quer da parte da comunidade cristã (chamada a pronunciar-se sobre a idoneidade dos candidatos).

Como forma de atingir uma maturidade pessoal, relacional e comunitária, os seminaristas são também chamados, nesta fase, a assumir a liderança e a responsabilidade de alguns serviços no cuidado da vida da casa.

Esta etapa corresponde à componente teológica do Mestrado em Teologia, complementada por um ano de formação pastoral, mais de índole prática e pedagógica. Os seminaristas são convidados a encontrar nos estudos teológicos, mais do que um mero objecto de estudo académico, um verdadeiro alimento para a vida espiritual e para a construção de um olhar eclesial e pastoral.

A proximidade dos ministérios ordenados exige também uma cada vez maior proximidade à vida das comunidades cristãs, a qual é feita através do acompanhamento gradual de uma paróquia ou de outra realidade eclesial. Esta sensibilidade pastoral é ganha pelo contacto directo com toda a comunidade cristã, especialmente com os sacerdotes, pastores das comunidades, o que introduz igualmente os seminaristas na proximidade ao presbitério. A experiência de serem enviados dois a dois, segundo proposta da equipa formadora, procura também educar os seminaristas na obediência filial ao bispo, de quem um dia receberão nomeações pastorais concretas. Em tudo isto, quer-se desenvolver nos seminaristas uma identidade verdadeiramente diocesana, expressão de comunhão com o presbitério e o seu bispo.

Em síntese, esta etapa, como culminar de um cuidado processo de formação, exige dos seminaristas que aprendam a amar aqueles que Cristo ama e, com isso, a descobrir em si a possibilidade de, pela graça de Deus, viver segundo os sentimentos de Cristo, mesmo antes de receber as faculdades de Cristo, para ser um sinal e instrumento da sua salvação.

Tradição formativa do Seminário dos Olivais

  • Formar padres Santos e Sábios, através da centralidade da vida espiritual numa progressiva capacitação para a responsabilidade em liberdade e a solidez do estudo dos mistérios cristãos em ordem a uma leitura teológico-pastoral da vida.
  • A sólida espiritualidade diocesana, unidade de comunhão e serviço com o Bispo, em presbitério e na corresponsabilidade entre todos os batizados.
  • A justa espiritualidade litúrgica, “pérola desta casa e coisa nova em Portugal”, como disse o Cardeal Cerejeira, e forte formação musical.
  • A progressiva formação pastoral, capaz de enraizar numa verdadeira configuração com Cristo, e que não fique apenas por oferecer competências ou técnicas de “ativismo pastoral”.
  • A marcada experiência de curso (equivalente ao ano de seminário), como expressão de uma pequena comunidade cristã.
  • A diversidade de origens dos seminaristas, juntando rapazes quer de dioceses portuguesas (Lisboa, Aveiro, Funchal, Leira-Fátima, Portalegre-Castelo Branco e Santarém) quer de dioceses estrangeiras (Cochim, Mindelo, São Tomé e Príncipe e Trivandrum).

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